25ª Edição: Fenômenos da Rede

A Internet que, originalmente, foi concebida como um meio para o compartilhamento de informações e conhecimentos, devendo formar uma ampla base de dados para alicerçar a construção de uma verdadeira inteligência coletiva, afastou-se muito de seus princípios. Tornou-se, antes, uma grande vitrine, em que cada manequim/usuário mostra-se com a aparência que quer, alterando nesse meio virtual as “imperfeições” da realidade física.

Oferece, no entanto, um espaço sempre aberto para a divulgação de todas as formas de ideias nos mais diferentes segmentos e com diferentes níveis de precisão e relevância (veja o vídeo cômico produzido pelo artista Maurício Ricardo, a respeito de um político que utiliza o You Tube como plataforma de campanha.

FOTO: Divulgação Google Imagens
O uso das ferramentas virtuais ocupa cada vez mais espaço da vivência física e sociedade. Steve Tuttle, em um artigo publicado na revista Newsweek em fevereiro de 2009  afirmou que estava definitivamente abandonando o Facebook e que deprimia-se ao pensar nas horas que passara aí, observando atualizações de status de amigos virtuais. Um tempo que ele declarou perdido com futilidades que em nada puderam acrescentar para seu crescimento pessoal.  

Mas, para cada um que abandona tais redes sociais, outros milhares (ou seriam milhões?) entram. O Facebook já conta com 700 milhões de usuários, segundo notícia publicada na rádio Jovem Pam.
O Twitter, outro grande fenômeno da sociedade em rede, já possuía cerca de 175 milhões de usuários no final de 2010.

 Diante de tal adesão, está mais do que na hora de refletir com seriedade acerca do que acontece na Internet. Enquanto projetos de desenvolvimento colaborativo ocorrem na área da informática, com excelentes resultados na produção de programas livres e gratuitos de computador, e informações relevantes são postadas a todos os momentos, inúmeros usuários passam seus dias postando futilidades no Twitter ou Facebook..

A Internet pode ser um meio adequado de difusão, gratuita, de todos os tipos de bens simbólicos: arte (independente), cultura, mídia, etc. Qualificar o uso desse novo mundo (preferimos essa definição ao conceito inoportuno de “ferramenta”) significa politizar o meio, tornar o mundo virtual o mundo da construção coletiva em direção à cidadania. Fatos recentes mostram como a sociedade pode utilizar redes sociais para orientar uma coesão no sentido de buscar mudanças (veja-se o que aconteceu recentemente no Egito e em países do Oriente Médio: http://www.youtube.com/watch?v=e4Sd9Tb7YzE&feature=related).

Dessa forma, trazemos ao leitor, nessa edição da Com Arte, uma reflexão mais profunda acerca dos fenômenos da rede. Fenômenos os quais, inevitavelmente, transformarão a sociedade e que, somente a paritr da análise crítica, poderão ser moldados para transformá-la para melhor.

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